Por Lucas Turner
Provavelmente você já viu na internet fotos de nuvens de galáxias, de planetas ou nebulosas e ficou encantado. Desde abril de 1990 o Telescópio Hubble tem nos dado imagens incríveis e sido base do trabalho de milhares de cientistas fornecendo imagens no espectro da luz visível e ultravioleta. Nesse caso, o Hubble entrega fotos com luzes como as que enxergamos, do vermelho ao violeta, e luzes com mais energia que nossos olhos não conseguem enxergar, o que nos permite ver aglomerados de galáxias e eventos astronômicos de maior energia, como a morte de estrelas.
Entretanto, há uma faixa de energia da luz que o Hubble possui dificuldade em detectar que são ondas eletromagnéticas (luz) de energia mais baixa. Porém, no dia 25 de dezembro de 2021, depois de 30 anos de projeto, é lançado o telescópio James Webb, que será capaz de fazer esse serviço que o Hubble não consegue.
Mas qual a importância de realizar leituras de ondas de baixa energia? O Telescópio James Webb consegue detectar a luz de galáxias que hoje se encontram há 13,5 bilhões de anos luz de nós, que nada mais é que a distância que a luz demora 13,5 bilhões de anos para percorrer. Isso quer dizer que a informação que chega aos espelhos do James Webb demorou 13,5 bilhões de anos para chegar até nós.
Essa ideia é revolucionária, quer dizer que podemos ter um vislumbre do que era o universo em sua idade mais jovem, com mais ou menos 300 milhões de anos de idade. Nesse caso, podemos obter dados um pouco mais precisos sobre o início do universo e a formação de galáxias.
Para fazer essas leituras, o Telescópio conta com um espelho primário de 6,5 metros de diâmetro, que é formado por 18 espelhos hexagonais de diâmetro de 1,3 metro de diâmetro feitos de berílio, que é um metal leve e resistente.
Figura 1: Os 18 espelhos hexagonais do Telescópio James Webb em comparação ao espelho primário do Telescópio Hubble. Fonte: https://www.jwst.nasa.gov/images/JWST-HST-primary-mirrors.jpg |
O conjunto de hexágonos conseguem coletar 82 metros quadrados de luz, 50 vezes mais do que o telescópio espacial infravermelho da NASA, Spitzer. O revestimento de ouro aumenta a reflexão do espelho da luz de ondas longas, o que inclui a radiação infravermelha criada há 13,6 bilhões de anos próximo ao evento do Big Bang, o que seria o mais longe que qualquer telescópio já tenha visto no espaço profundo.1
O Telescópio James Webb não estará em órbita ao redor da Terra, como o Telescópio Hubble, ele estará orbitando o Sol, a 1,5 milhão de quilômetros de distância da Terra no que é chamado de segundo ponto de Lagrange ou L2 . O que é especial nessa órbita é que ela permite que o telescópio fique alinhado com a Terra enquanto se move ao redor do Sol. Isso permite que o grande protetor solar do satélite proteja o telescópio da luz e do calor do Sol e da Terra (e da Lua).2
Figura 2: A distância do Sol até a Terra, que é do valor de 150 milhões de quilômetros, ou 1 unidade astronômica. Fonte: https://www.jwst.nasa.gov/images/l2.1.jpg |
Figura 3: A posição L2 em que o Telescópio James Webb estará, ficando a 1,5 milhões de quilômetros da Terra. Fonte: https://www.jwst.nasa.gov/images/l2.2.jpg Basta então aproveitarmos esta oportunidade para podermos estar vivendo o início de uma nova era para a astronomia e a ciência. Se em algum momento você se perguntou como foi o início do universo, ou de onde viemos, com o James Webb podemos ter a chance de obtermos as respostas. Fontes: |
1 - https://www.wired.com/story/nasas-biggest-telescope-ever-prepares-2021-launch/
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