Por Miguel Rangel 



O físico brasileiro Ricardo Magnus Osório Galvão foi incluído na “Nature’s 10”, lista elaborada pela revista Nature que reúne o nome de 10 personalidades do ramo científico mais importantes no ano de 2019. Galvão chamou a atenção da comunidade científica internacional ao entrar numa discussão com o Presidente Jair Bolsonaro cuja pauta era os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre o desmatamento da Amazônia brasileira.
Em julho foi divulgado pelo INPE que em junho de 2019 o crescimento do desmatamento da Amazônia legal foi 88% maior do que no mesmo período do ano passado.
Bolsonaro afirmou que os dados não condiziam com a verdade e sugeriu que Ricardo Galvão, o até então presidente do INPE, estaria a serviço de alguma ONG. Galvão rebateu os questionamentos e garantiu que os dados eram cientificamente sólidos. Depois disso foi exonerado no dia 7 de agosto.

Além de Galvão, integram a lista da Nature a ecóloga Sandra Dı́az, coordenadora do levantamento da biodiversidade do planeta, a ativista Greta Thunberg, que chamou a atenção do mundo para as mudanças climáticas, a astrofísica canadense Victoria Kaspi, responsável por aprimorar um telescópio para detectar um tipo misterioso de radiação celeste, o neurocientista Nenad Sestan, que reviveu por instantes o cérebro de porcos, o microbiologista Jean-Jacques Muyembe Tamfum, líder do combate ao surto de ebola na República Democrática do Congo, o biólogo Hongkui Deng, coordenador do primeiro estudo publicado que tratou seres humanos com células geneticamente alteradas pela técnica CRISPR, o paleontólogo Yohannes Haile-Selassie, descobridor de um crânio de Australopithecus anamensis de 3,8 milhões de anos, o fı́sico John Martinis, líder do grupo criador de um computador quântico que realizou pela primeira vez cálculos mais rapidamente que um convencional, e a bioética Wendy Rogers, autora de trabalho que indicou, na China, órgãos transplantados que podem ter sido retirados sem o aval dos doadores.