Por Kelvin Santos


No dia 6 de Setembro, Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) e professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, realizou uma palestra intitulada "O INPE e o Monitoramento dos Biomas Brasileiros", na Universidade Estadual Paulista (UNESP - Campus Guaratinguetá).  

A palestra lotou dois auditórios da Universidade para ouvir o professor, que falou sobre o papel do INPE para o monitoramento dos biomas brasileiros, o papel da ciência brasileira e as dificuldades por ela enfrentadas no atual cenário político.

Em entrevista para o Jornal Ciencializando o professor afirmou que a ciência brasileira obteve um progresso, com uma contribuição de 0,3% da produção científica mundial até o final dos anos 80, e atualmente contribui em 2% da produção mundial, mas também alertou que há muito trabalho pela frente, uma vez que ainda não temos uma visão inovadora.

O professor também disse que apesar das universidades e institutos de pesquisa estarem bem consolidados no país, estão sendo invadidos por visões obscurantistas e autoritárias, demonstrou sua preocupação com os cortes de bolsas e verbas para as áreas de pesquisa e alertou que esses cortes vem ocorrendo gradativamente desde o governo Dilma, afirmando que não é um ato apenas do atual governo, esclareceu também, que está havendo uma reação muito forte das comunidades científicas, e qualquer projeção sobre o futuro é muito incerta.

Quando questionado sobre a questão ambiental falou que o governo sempre deixou sinais claros que a questão ambiental não seria uma preocupação em suas pautas, e que um posicionamento obscurantista, como a negação do aquecimento global, por exemplo, é preocupante. Citou também, sobre as queimadas que vêm ocorrendo na Amazônia, afirmando ser apenas uma consequência do desmatamento e comentou que é um erro achar que "a questão ambiental é ortogonal ao desenvolvimento econômico".